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Trate sua Carreira como um Paciente – Parte I julho 14, 2010

Filed under: Sem categoria — lahad @ 9:05 pm
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Como estudante, durante esta fase de preparação e desenvolvimento profissional, você certamente tem muitas vezes ouvido falar da importância fundamental da atenção, preocupação, foco e cuidado com o paciente, independente da especialidade médica. É o que podemos chamar de uma “obsessão saudável”: quanto mais você concentra sua atenção no paciente e em suas necessidades, maior o grau de acerto em seu diagnóstico e maior a probabilidade de recuperação e cura. O bom médico, como sabemos, é aquele que melhor detecta, diagnostica, entende, age e recomenda a partir de seu foco natural no paciente.

Sabemos que muitos médicos e estudantes de medicina têm de fato esta preocupação, com grande foco no paciente. Porém, não é raro notar que uma parte significativa destes mesmos médicos e estudantes acabam muitas vezes descontentes e frustrados com o dia-a-dia de sua prática, ao longo do tempo. Para que este não seja o seu caso, existem providências e exercícios simples que podem ajudar a minimizar estas dificuldades futuras, começando pela escolha e acompanhamento de sua carreira.

Você pode ser um ótimo estudante e tornar-se um ótimo médico, mas normalmente não é um especialista em cuidar de sua própria carreira. Isto é natural, uma vez que não é uma matéria normalmente ensinada na faculdade, no consultório ou no hospital; você não é obrigado a saber. Mas, então, se cuidar da carreira é importante, que fazer? Nossa sugestão é praticar um exercício de inversão de papéis, aproveitando aquilo que você sabe melhor e colocando todo este talento também a serviço de sua carreira e de seu futuro. Imagine, só por brincadeira, que você e sua carreira são seu próprio paciente. Como você trataria este paciente tão especial? Quais perguntas faria? Que etapas deveria cumprir para garantir o melhor diagnóstico, o melhor prognóstico e a maior chance de cura? É o que procuramos responder a seguir, tratando sua carreira a partir das etapas habituais da relação médico-paciente. Neste artigo vamos abordar as três primeiras etapas, sendo: 1) o contato inicial com o paciente; 2) a anamnese física e o histórico do paciente; e 3) os exames complementares. Em um segundo artigo abordaremos as três fases seguintes, que são: 4) o prognóstico e as recomendações; 5) o tratamento; e 6) o acompanhamento.

CONTATO INICIAL COM O PACIENTE

É assim que o paciente fica sabendo que existe aquele médico ou especialista, capacitado para atendê-lo em sua necessidade. Como o paciente fica sabendo a respeito do médico? Como estar disponível e fazer com que o paciente saiba disto?

Pensando em sua carreira, que fontes de informação você usa? Que revistas, publicações, livros e sites você utiliza para informar-se acerca das especialidades médicas e auxiliar sua escolha? Você conversa com médicos das especialidades pelas quais se interessa para saber sua opinião? Você procura informações estatísticas sobre as áreas médicas de maior demanda? Estuda a necessidade em diferentes regiões geográficas? Está a par das novidades tecnológicas que podem influir em sua prática? Todas estas informações são o primeiro contato e as primeiras referências de suas opções de carreira, que podem ajudar muito suas escolhas.

ANAMNESE FÍSICA E HISTÓRICO DO PACIENTE

Após o paciente ter acesso ao médico, inicia-se a segunda grande fase da relação, que é a anamnese e o levantamento do histórico do paciente. É desnecessário reforçar a importância de uma anamnese bem feita para o sucesso posterior de qualquer recomendação. Da mesma maneira, a “anamnese” de sua carreira é a chave de seu futuro profissional.

Muito bem, tudo a postos, estetoscópio na mão, pronto para o primeiro e mais fundamental procedimento desta fase: escutar seu coração. Desligue por alguns minutos o medo do futuro, desligue o pessimismo e desligue todas as chances que você acha que tem de dar errado. Pergunte sinceramente a seu coração o que você mais adoraria fazer todos os dias, por muitos e muitos anos. Nesta fase, não deixe o julgamento e a crítica tirarem o poder de sua escolha. Mesmo que seja a escolha mais romântica, imatura e sem chances de sucesso, é seu coração que está falando e ele deve ser ouvido.

Se esta primeira fase da anamnese for bem sucedida, é mais fácil passar para as demais. Aqui você começa a analisar a dica de seu coração perante a realidade. É a hora de listar vantagens e desvantagens de sua escolha e decidir se está disposto a encarar o desafio. Fiz uma escolha viável? Minhas habilidades são adequadas à minha escolha? Posso sustentar minha vida a partir do caminho escolhido? Vou ter muitos concorrentes? Onde é a melhor residência? Converse novamente com suas referências. Procure casos de sucesso em especialidades similares à que você deseja e descubra o que deve ser feito. Aqui podem surgir também outras possibilidades; você não precisa ter a decisão definitiva imediata. É saudável terminar a fase de anamnese com duas ou três “possibilidades de carreira”, da mesma maneira que muitas vezes o médico termina esta fase com dois ou três “possíveis diagnósticos”.

EXAMES COMPLEMENTARES

Como numa consulta, muitas vezes a anamnese básica não é suficiente para todas as respostas procuradas. É o momento de pedir exames complementares. Similarmente, dedique todo o tempo e esforço necessário para garantir uma decisão de carreira tranqüila.

Nesta fase, as “possibilidades de carreira” podem ser analisadas mais a fundo. Vá conhecer, visitar e conversar com especialistas de suas áreas escolhidas. Pense a fundo em cada uma delas, como deve ser seu dia-a-dia. A sua escolha tem um perfil de hospital, clínica ou consultório (ou de ambos)? Qual delas envolve maior investimento (não só instalações/ equipamentos, mas formação também) inicial? Qual delas tem o mercado mais favorável? Em qual você se sente mais à vontade para trabalhar? Qual tem maior probabilidade/ velocidade de retorno? Existem referências em sua biografia (família/ amigos/ relacionamentos) que favoreçam alguma especialidade?

A partir destas perguntas, sua escolha deve ser “afunilada” até a resposta final.

José Romero Neto é um ser humano igual a qualquer outro, consultor de empresas, palestrante e sócio diretor da Chama Azul Business Care.

 

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